domingo, 21 de setembro de 2008

É Grave "Doutor"?




Já era noite de uma quinta-feira morna e sem trabalho, ele me liga:

- Oi, vc me ligou...
- Liguei... Quer passar aqui...
- Que convite tentador... Mas, não sei... Estou todo suado da
academia... Tenho que lavar roupa... Estou sem nada mais para
usar...
- Vc que sabe... Estarei em casa...

Como diz um amigo meu, esses garotos de vinte e poucos não sabem "se dão ou se chupam" e eu não tenho muita paciência.
Ele veio. O doutor. Sim, é um médico de 25 anos que conheci numa festinha semana passada.
Uma graça e valeu ele ter vindo pois serviu como uma vitamina para o meu ego esgarçado.
Antes dele chegar estava eu no telefone com uma amiga que me dava notícias do falecido.
Dizia ela que a figura que ele está namorando é bonita e que ele disse que encontrou a sua alma gêmea... E que agora parece que a vida dele vai dar certo... Tudo está ótimo... Será que era eu que dava azar para ele? Ou eu sou o azarado? Ou ele só quer me magoar? Desliguei, e eu já estava do avesso com esse papo.
O difícil pra mim é que eu o amo. Não mais como homem, mas como um grande amigo e companheiro... Por vezes, do alto da minha solidão pensei em tentar mais uma vez...

- Sexo é tão importante assim?
Tô eu aqui sem sexo e sem ele, sem sua presença, sem carinho , sem a certeza de um amor verdadeiro...
Mas, não consegui voltar, tentar... Então, paga-se o preço de um domingo chuvoso solitário.
Logo depois que terminei nosso relacionamento um amigo me disse:

- Vou resumir o que acontece agora: Vc vai encontrar vários sapos disfarçados de príncipes, no fundo ninguém quer nada...

Não sei se ele está sendo fatalista, o que sei é não tenho tido saco de me colocar na pista. Ás vezes saio e coisa e tal, mas me sinto velhinho pra ficar virando noite e errando de história em história...
Quando terminei, pensava que era o momento de eu aprender a viver sozinho. Desde a morte da minha mãe eu vinha passando de uma relação para outra. É... Tem sido um duro aprendizado e eu por vezes tentei fugir disso me reaproximando dele... Agora ele não quer mais falar comigo e sabe que de certa forma isso tem me ajudado? Saber que não posso mais contar com ele tem me obrigado a ser forte... Até quando?






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