domingo, 18 de janeiro de 2009

Algumas Histórias


Cheguei ao Mafalda antes da meia noite, quem me indicou foi a vendedora tatuada da lojinha do Museu Oscar Niemeyer(o famoso Olho), e tava bem cheio. Fiquei no balcão tomando uma cerveja. Na outra ponta estava aquele rapaz magro e alto, bem estiloso, também só. Troca de olhares, um sorriso, quinze minutos de conversa e dividimos uma mesa. O restaurante faz o estilo "frequentadores gays, mas ninguém se pega". Nós nos pegamos, beijos quentes, porém quase românticos. Dali fomos a Cats, uma boate estilo Le Boy, e ele queria dormir comigo. Eu também queria, mas não naquelas circunstâncias, não naquele dia quente e cansativo...
Cada vez menos, tenho disposição para sexo casual... Tenho preferido apenas os beijos casuais. Se é para não dar em nada, nem num telefonema no dia seguinte, fiquemos apenas com os beijos...
Madona cantava as primeiras músicas naquela noite de chuva no Maracanã e nossos olhares se cruzaram, eu de capa de chuva, ele sem camisa, perguntei:

- Não tem medo de pegar uma gripe?
- Não acreditei que fosse chover...

E quando Madona tascou um beijaço numa dançarina, foi a deixa que precisávamos para fazer o mesmo. Dali em diante beijei muito com Madona fazendo fundo musical pra minha paquera. Ainda trocamos telefones e algumas ligações que não se concretizaram em um segundo encontro...
O paulista que conheci em Búzios também se tornou um telefone no celular... Beijos trocados no Deep, e naquela madrugada enquanto caminhávamos pela praia quase deserta... Tenho preguiça e um certo orgulho talvez, de ficar correndo atrás. Poderiam até terem virado amigos, quem sabe?
Me despedi de 2008 molhando os pés nas águas de Geribá, o rosto molhado por uma lágrima pelos meus mortos(inclusive aqueles que estão vivos!). Eu que não bebo nada, bebi demais, não dei vexame, mas a mexida que dá por dentro é barra! Euforia misturada com solidão não é uma boa combinação.
Minha amiga que vive reclusa num casarão em Búzios me diz:

- Hoje eu optaria por um companheiro à uma paixão...

E eu penso :

- Nem companheiro e nem paixão tenho mais pra optar...

O moreno continua na história e nesse caso não são apenas beijos:

- Você não é pra namorar - Digo eu.
- Por que?
- Porque você é um galinha e eu já cansei de ficar só, quero namorar sério de novo...
- Quer dizer que se você arrumar um namorado, você vai me deixar?
- Sim...
- Não, você vai ficar com ele e comigo - E ri.

E o calor dessa cidade me desanima, assim como me faz ficar em casa numa noite de sábado, em que desisto de vagar a procura de beijos sem telefones. E lembro dos torpedos que trocamos no Natal e no Ano Novo... Eu ainda sinto sua falta.
E fazia calor naquela noite de Curitiba na porta da Cats, seus olhos suplicavam por uma noite juntos e eu parti deixando ele ali. O meu número de celular gravado no seu e a promessa de uma ligação dele no dia seguinte. De concreto apenas a imagem acima. Nossas mãos juntas tiradas com o meu celular.